Dia 22 de janeiro é a data de aniversário de dois grandes homens: Antonio
Gramsci (1891 a 1937) e Leonel Brizola (1922 a 2004). Gramsci, o maior
intelectual marxista de todos os tempos, com seu paradigma de hegemonia
cultural, e Brizola, o maior crítico político que a Rede Globo (aparelho
hegemônico privado) teve que enfrentar, são excelentes referências para a
discussão sobre o necessário Marco Regulatório da Mídia. Fantasia marxista?
Golpe de esquerda contra a liberdade de expressão? Teoria da conspiração? Não, fatos reais e
escandalosos... Quem lembra das eleições de 1982, para governador do Rio de
Janeiro, quando Brizola foi vítima da Globo, que em conluio com a Proconsult,
cujo programador era um oficial da reserva do exército, quase tirou o direito
dele sentar na cadeira ? Poderíamos ainda falar do último debate entre os
candidatos Lula e Collor (1989); ou ainda, no mesmo ano, do sequestro do
empresário Abílio Diniz; e o mais recente, em 2014, quando da divulgação
maciça, no dia das eleições, da suposta morte do doleiro Youssef, supondo que o
mesmo tivesse sido vítima do PT, como queima de arquivo.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Bang -Bang
No Brasil, 70% das mortes são causadas por armas de fogo. Mais do que o latrocínio, mata-se- por desavenças no trânsito, brigas conjugais e outros tipos de entreveros e rixas fúteis. Vivemos uma cultura de violência que incentiva o uso da arma. A palavra perde para a bala. O diálogo, a discussão e os acordos sumiram das relações conflituosas. Como se não bastasse, a bancada da bala, representante no Congresso Nacional do lucrativo comércio de armamentos, promete que será vitoriosa no tiroteio ao estatuto do desarmamento. Quanta bala perdida... Abram os olhos, por favor, pistoleiros da opinião !
domingo, 18 de janeiro de 2015
JE NE SUIS PAS CHARLIE... EU NÃO SOU CHARLIE.
Ilustração de Sam Island, no New York Times
Eu sou contra: o terrorismo,
a discriminação e o preconceito. A
França conta hoje com 6,2 milhões de muçulmanos, na maioria imigrantes de ex-colônias francesas. São
pobres, mão de obra barata, constantemente vítimas de exclusões e preconceitos. Em 2012 o relatório da
Anistia Internacional incluiu a França como uma nação que incentiva o
preconceito contra árabes e mulçumanos. Além de ser proibido o uso da “burka”,
não se pode construir mesquitas e nem demonstrar sua fé publicamente. Onde está
a liberdade que este país tanto proclama? Sou contra a violência empregada aos
jornalistas e chargistas da revista Charlie Hebdo. Trata-se de um ato bárbaro e
que deve ser repudiado e punido. Mas não vamos aqui fechar os olhos para o que
vem acontecendo nesta dura realidade institucional, e não somente na
caricatura, que é o desprezo à fé islâmica. Esta revista vem publicando
mentiras e ofendendo muçulmanos e árabes, pintando-os – todos – como terroristas e intransigentes. Deviam ser fuzilados os artistas jornalistas?
Não, claro que não. Mas certamente deveriam pagar indenizações pelos absurdos que publicaram, ou a revista
deveria oferecer o sagrado e democrático direito de resposta. Agora o que vem
acontecendo? Uma onda repressiva e popular,
contra o terrorismo que radicalmente pois no chão o World Trade Center. Isto será a salvação da
sociedade estadunidense, que sempre precisou de guerras para aquecer sua
economia decadente, mas sempre opressora.
Montesquieu e o quarto poder
Em 18/01 comemorou-se a data de aniversário de Montesquieu (1689), filósofo que idealizou, na obra "Em defesa do Espírito das Leis", o Estado regido por três poderes separados e harmônicos: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Hoje, exatos 326 anos depois, se vivo estivesse, Montesquieu veria sua teoria ruir completamente. Afinal, vivemos em tempos de completa ausência de harmonia e separação (vejam a complexa relação entre legislativo e judiciário), e também da institucionalização de um quarto poder: a mídia. Este novo poder transformou-se no principal negócio das últimas décadas, e está reduzido a grandes grupos privados. No Brasil, uma dezena de famílias, algumas associadas a multinacionais, controlam o que vemos, lemos e ouvimos, além da telefonia fixa e móvel. Sugiro a leitura do livro Dialética do Esclarecimento (publicado em 1947), dos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer. Tive a satisfação de ter elaborado esta temática em meu TCC, quando bacharelei em filosofia pela UFSC. Nesta importante obra, os pensadores cunharam pela primeira vez o termo indústria cultural, no capítulo: O iluminismo como mistificação das massas. Cada vez mais é urgente que se levante a bandeira: Regulação da mídia já !!!
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